quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sexualidade, de qual jeito você prefere?


Sexualidade, de qual jeito você prefere? 


Hoje em dia é muito comum acusarmos a mídia, especialmente a televisão e a liberdade sexual por todos os males que afligem o mundo. Mas quando se fala de sexualidade todas essas ferramentas têm um papel muito importante, pois desde os movimentos de liberação feminina na década de 60, foi por meio da mídia que as mulheres se mostraram ao mundo como pessoas sexuadas, ocuparam seu espaço e conquistaram seus direitos na vivência de uma sexualidade plena e prazerosa.

Por outro lado, desde os anos 80, época auge da coroação dessa liberdade, aconteceu o inesperado. Mulheres e homens começaram a creditar seus sucessos nessa área de maneira equivocada, calcadas muito mais na perfomance e nos modelos que nos induzem a crer que aquele sexo visto nos filmes românticos com temas musicais de arrepiar são, na sua expressão, o verdadeiro sexo.

E ai do parceiro que não corresponda a essa idéia e não faça do encontro sexual um espetáculo recheado de gentilezas e palavras que por sinal não fazem parte do cotidiano nem da história daquele casal. Nesse contexto, é muito comum ouvir queixas sobre o tempo de duração da relação sexual como diz o ditado ´tamanho é documento´.

Ah! Já que falei em tamanho precisamos um dia conversar para desmistificar as questões ligadas ao tamanho do pênis e do busto. Isso fica para outro artigo.

Hoje falo da qualidade de uma relação sexual, na qual diferente dos filmes, conversas de sala de espera ou mesmo de botequins, deixam a idéia de que o sexo só pode ser bom e prazeroso se for demorado.

E o que é demorado? Essa questão de tempo pode ter variações que vão do sexo de duas horas até uma noite inteira. Ou, quem sabe, como ensina o sexo tântrico dias de puro prazer?

E como seria nos propormos a tirar todo o prazer do mundo seguindo esse preceito? Sabemos que essa não é a nossa realidade nem de ninguém que vive em centros urbanos, pois homens e mulheres gastam seu tempo no trabalho, estudando, no trânsito, resolvendo problemas. Seria utopia imaginar cenas de sexo ardente e disponibilidade ou pique para viver horas de um sexo maravilhoso.

O que precisamos ressaltar é que a sexualidade é intima e pessoal e a ligação entre duas pessoas que se desejam é justamente a criação de uma intercomunicação sexual que independe de modelos e palavras. Ela acontece respeitando apenas os instintos.

Ah! Agora a coisa pega. Ser instintivo equivale, no mínimo, a ser como um animal irracional. Mas, convenhamos, que delícia obedecer apenas o desejo.

Infelizmente, tudo que é relacionado ao instinto geralmente é associado à agressividade e ao primitivismo. Mas isso não é verdade!

Dia desses recebi um e-mail com imagens de várias espécies de animais acalentando, ajudando ou mesmo olhando seus filhotes com um amor puro; já no último slide aparecia uma criança cheia de hematomas acariciando seu bichinho de pelúcia, numa alusão às crianças violentadas ou maltratadas por adultos. E, como sabemos, em parte desses casos parentes ou pessoas próximas são os agressores. Nesse caso ser instintivo como os animais é positivo e saudável e na expressão da sexualidade também.

Quando fazemos uma reflexão de todos esses aspectos fica cada vez mais claro que a expressão e a vivência de nossa sexualidade não é, não pode e nunca será igual a do vizinho, da melhor amiga ou mesmo a repetição de modelos familiares que impregnam o imaginário da maioria das pessoas, mesmo daquelas que se consideram imunes às influências. Pense nisso!

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